23 de junho de 2015

Eu no fundo já devia saber que a tua ida não tinha sido um ponto final daqueles inalteráveis. Que a tua despedida não era mais de que um "até breve" e que as últimas palavras que ouvi vindas de ti não tinham qualquer significado. O problema de ires e voltares, é saberes que eu ainda estou aqui. E sublinho: ainda. Porque não consigo não estar, não sei não olhar para ti muito menos não te segurar quando me pedes que o faça. A tua ausência não me ensinou o que deveria ter ensinado. A saber dizer não, não a ti, não ao teu, nosso, quase amor. E eu já deveria saber o que fazer, aliás, o que não voltar a fazer. Devia ter aprendido a não te pedir para ficar. A calar-me quando tudo o que mais quero dizer é que ainda te quero tanto. Mas tanto. Diz-me que é desta que vens sem dizeres mais tarde que tens de voltar. Que vais ficar a dar-me a mão perante toda a gente que sempre nos desacreditou. Que vais lá estar comigo mesmo quando os dias se arrastarem na rotina e te implorarem para me deixares. Promete que não o fazes, que não deixas que a erosão dos dias te gaste o coração ou as noites chamem o abraço de alguém que não o meu. Promete-me que desta é a vez, sem a existência de uma próxima. Lembra-te, eu ainda estou aqui. 

1 comentário:

  1. Tanto amor Claire, ás vezes a falta que sentimos de alguém que volta mas não deveria ter ido devia ensinar-nos a desacreditar nesse amor... Mas a maioria dela faz totalmente o contrário. Porque o amor é maior do que qualquer ida.

    Um beijinho, adorei!

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